domingo, 20 de janeiro de 2008

O sal sem sabor serve apenas para ser pisado pelos homens Mt 5: 13.

Confesso que não tenho poderes extraordinários para conhecer o futuro e nem tampouco gostaria de tê-los, seria traumático. Mas, em minhas singelas previsões, sobre uma parte significativa da comunidade evangélica brasileira, não é preciso dom sobrenatural para prognosticar que teremos um ano novamente marcado pela promiscuidade entre políticos profissionais, que conhecem a força eleitoral dos crentes, e líderes das mais diversas denominações cristãs, que não abrem mão de receberem uma “ajudinha” dos cofres públicos.

Trata-se de uma diabólica relação de interesses, que persiste há muito tempo no arraial protestante, possível de ser constatada nas barganhas discutidas nos gabinetes pastorais: cargos bem remunerados para parentes, doações de terrenos para a construção de templos, proteção política, fornecimento de transporte coletivo, pagamento de despesas de viagens, tanque cheio, concessões de rádio e televisão, apoio para membros ou parentes próximos, que também disputarão as eleições, e mais, muito mais.

O teatro será armado, como sempre, com a mentirosa desculpa de que os “tais políticos” lutarão bravamente a favor da moral e dos bons costumes. Os que não são evangélicos usarão toda sorte de artimanhas para conseguir votos, até mesmo vomitar chavões conhecidos entre nós . Títulos estratégicos como, “simpáticos ao evangelho” ou “amigos da Igreja”, serão dados a eles com a intenção de legitimar suas candidaturas.

A comunidade escolherá seus candidatos em convocação extraordinária, previamente manipulada, transformando-se em empresa política, com toda máquina administrativa e eclesial trabalhando incansavelmente para elegê-los.

Possivelmente, enquanto os púlpitos esbravejarão palavras de “santidade” manobrando o auditório sem alma, cujas vidas foram entregues a insensatez de uma liderança corrupta, líderes venderão suas almas ao diabo nos porões da religião, em negociatas desprezíveis aos olhos de Deus.

Portanto, caríssimos amigos, quando ouvires palavras de triunfo e otimismo exacerbado de alguém que com o dedo em riste desafia o inferno, preste atenção, pois sem dúvida o momento é de luto e opróbrio.