quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Menos Religião e mais Compaixão

Em recente artigo postado neste espaço, “Menos Igreja e mais Happy Our”, fiz uma crítica a centralidade do templo na devoção religiosa evangélica, que em minha modesta opinião gera graves transtornos para a maturidade dos Cristãos, condicionando-os a guetos religiosos.
Concentro-me agora no distanciamento da igreja das reais necessidades dos habitantes do local onde funciona, causando desconfiança sobre suas verdadeiras intenções.
Não há dúvida que a presença das Igrejas evangélicas se faz sentir praticamente em todos os bairros das grandes cidades. Há casos em que funcionam frente a frente ou lado a lado, como já mencionei anteriormente.
O Departamento de Pesquisas da Cepal previa que em 2005 haveria aproximadamente 202 mil templos evangélicos espalhados em todo território nacional, possivelmente este número tenha aumentado muito nos últimos dois anos.
Acredito que uma grande parte destes templos possui amplas instalações -  em alguns casos luxuosas -preparadas para atender os vários departamentos criados pela burocracia eclesiástica e que muitas vezes não correspondem com a situação econômica de seus freqüentadores.
São grandes os prejuízos para a sociedade, e também para o Reino, esses prédios permanecerem fechados a maior parte do dia enquanto há uma infinidade de carências entre a população mais pobre.
Sinto-me constrangido quando percebo o isolamento da Igreja, insensível ao abismo social existente no Brasil. Algumas até criaram entidades de assistência social, mas nem sempre com fins legítimos, como ficou comprovado com a máfia das sanguessugas. Perdemos a oportunidade de cooperar com o Reino de Deus quando agimos de maneira egoísta, olhando somente para as nossas reais “necessidades” consumistas.
Não são raras as ocasiões em que agimos de maneira hipócrita quando despedimos o necessitado de mão vazias e sem ajudá-lo dizemos: “Jesus te ama”.Quantas vezes nos sentimos mal com a aproximação de um necessitado pedindo ajuda na saída da Igreja? Gostaríamos que aquela pessoa simplesmente não existisse.
Imaginem comigo, como seria bom se em cada igreja houvesse uma quadra de esportes com um voluntário de educação física ensinando valores e dando esperança para crianças de rua. Mais um pouco de imaginação: o que vocês achariam de uma comunidade aberta durante o dia oferecendo cursos gratuitos de qualificação, ministrados por profissionais voluntários? Façam mais um pouco de esforço e pensem nas salas de aula, àquelas que são usadas duas horas por semana nas atividades da escola dominical, repletas de crianças recebendo reforço escolar de professores voluntários.
O que machuca caríssimos irmãos é que as Igrejas são isentas de impostos, pois a constituição entende que se trata de instituições sem finalidade lucrativa e que praticam filantropia. Será?

“A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo”. Tg 1: 27.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo Valdinei, não sei se a espressão "Religião fanatica mata o povo" é muiro forte, mas infelismente quando olhamos para nos so enchergamos isso. Na verdade falamos muito e fazemos quase nada.

Fica na paz, e continue incentivando uma espiritualidade mais profunda.

Anônimo disse...

otimo texto, a religiosidade tem limitado a obra de Deus, deveriamos nos preocupar em sermos imitadores de Cristo e nos libertamos de muitos dogmas.